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WEC / 6H Xangai: Corrida
Toyota deixa fugir vitória em Xangai — Rui Águas vence pela segunda vez na GTE Am
por Hugo Ribeiro, 9 de Novembro de 2013 3 Comentários

© Toyota Racing
Não foi a melhor corrida do ano, longe disso, mas às 6 Horas de Xangai não faltou emoção, incluindo um final dramático na luta pela vitória à geral. A Toyota mostrou-se mais forte ao longo de cinco horas, mas claudicou na última quando a vitória parecia mais do que garantida. Nas classes GTE, a Aston Martin deu um passo em frente rumo ao título na classe 'Pro', e um passo atrás na classe 'Am', onde o piloto português Rui Águas venceu pela segunda vez este ano e colocou-se à porta do título.
As 6 Horas de Xangai viram a Audi arrancar a ferros uma vitória que parecia destinada à Toyota. A marca nipónica dominou a etapa chinesa do WEC — que teve 28 mil espectadores nas bancadas (números oficiais) — até aos momentos decisivos, onde teve por um lado o azar do seu lado, e do outro alguma impotência na defesa sobre o único verdadeiro ataque que a Audi desferiu ao longo da corrida. Com uma prova claramente passiva, a tripla do Audi #2 limitou-se a levar o carro até ao fim e assim conquistar o título mundial de pilotos. Na LMP2, G-Drive Racing e OAK Racing discutiram a vitória na classe ao longo das seis horas, mas seriam os russos a mostrarem-se mais fortes nos momentos decisivos.
Nas classes GTE, sortes diferentes para a Aston Martin Racing. Na GTE Pro, dominou a prova a seu belo prazer, com a AF Corse a passar brevemente pela liderança praticamente apenas nos períodos em que os carros britânicos paravam na box para reabastecimento ou troca de pneus. Na GTE Am, o domínio da Aston Martin foi ainda mais avassalador, mas o trio dinamarquês do #95 viu o carro simplesmente parar em pista com um problema eléctrico quando praticamente dois terços da prova estavam cumpridos, oferecendo a segunda vitória da época à 8Star Motorsport.
LMP1: Vitória arrancada a ferros para a Audi
A corrida na classe LMP1 parecia fadada a ser uma passeata chinesa para a Toyota Racing. Saindo das posições 1 e 3 da grelha de partida, a Toyota não só começou por segurar a primeira posição, como algumas voltas mais tarde ambos os TS030 seguiam à vontade na frente da corrida sem a Audi mostrar-se capaz de alterar o rumo da prova. O Toyota TS030 #7 foi-se mantendo na frente até que problemas de pneus fizeram com que Lapierre perdesse a liderança para Davidson que seguia na segunda posição no #8, enquanto lá atrás Lotterer mantinha-se distante no Audi #1, distância essa que nas primeiras paragens já ultrapassava o meio minuto.
Hora após hora, a Toyota não abrandava o ritmo e tudo parecia mais do que decidido, com os Audi respectivamente a mais de um minuto (#1) e a uma volta (#2), quando subitamente um dos braços da suspensão do #8 cede e dita o fim da linha para Davidson, Buemi e Sarrazin. Com o #7 de Würz e Lapierre na 2º posição, a desistência do #8 não seria mais do que um contratempo no resultado da equipa, aquele que realmente importava, mas a estratégia da Toyota não chegava para fazer menos uma paragem que a Audi e, na hora da verdade, todo o esforço do fim-de-semana caiu como um castelo de cartas. Lapierre faz um pião ainda antes da paragem perdendo tempo precioso, e mesmo com um splash'n'dash final e troca de volante com Würz, o #7 ainda saiu na liderança mas por muito curta margem.
A Audi, que não tinha esboçado qualquer tentativa de mudar o rumo da corrida ao longo de cerca cinco horas e meia, viu a sua oportunidade de ouro. Benoit Treluyer, mesmo com uma costela partida (como se ficou a saber após acorrida), teve rins para aproveitar o tráfego e fazer uma ultrapassagem musculada que deixou Würz sem qualquer reacção. O Audi #1 venceu, mas não foi suficiente para adiar a discussão do título Mundial de pilotos até pelo menos à última prova do ano. Com o 3º lugar, McNish, Kristensen e Duval conquistaram para si o título Mundial que durante mais de dez anos lhes foi negado, porque não havia Mundial para vencer ou discutir.
LMP2: G-Drive Racing soma e segue
Quarta vitória da época para o Oreca Nissan #26 da G-Drive Racing. A equipa russa largou da frente do pelotão LMP2 e se, nas primeiras três horas, ainda tiveram de dividir a liderança com a OAK Racing, nomeadamente com o Morgan Nissan #24 de Pla, Heinemeier-Hansson e Brundle, na segunda metade da prova a passagem do #24 pela testa da corrida era meramente fruto das paragens do Oreca Nissan de Rusinov, Martin e Conway. Com quatro vitórias esta temporada em sete corridas, o mau resultado em Le Mans dói ainda mais na alma do trio, dado que o título, mesmo matematicamente possível, implica que os carros da OAK praticamente não pontuem.
A OAK Racing assegurou os dois outros lugares do pódio, e viu a sua principal rival, a Pecom Racing, ficar cedo pelo caminho e nem sequer pontuar. A última prova do ano será assim praticamente uma discussão interna no seio da OAK pelos títulos na classe.
GTE Pro: Pedro Lamy dá uma pela equipa
Pouco a dizer na GTE Pro. A Aston Martin cedo assumiu as despesas da corrida, e pese embora algumas tentativas da AF Corse em inverter o rumo da acção (sobretudo na primeira parte da prova) as 6 Horas de Xangai acabaram por ser uma passeata para a Aston Martin Racing. Turner e Mücke, ao volante do #97, venceram e subiram à liderança do Campeonato, assim como a Aston Martin Racing que colocaria o #99 de Lamy, Senna e Stanaway — que claramente refrearam o ritmo no final a pensar no resultado da equipa e na importância da vitória ficar nas mãos dos seus colegas de equipa. A AF Corse acabou por ter uma prova para esquecer, com alguns problemas pelo caminho, incluindo um problema de travões do #71 que assim nem o último lugar do pódio conseguir segurar, tendo o Porsche #91 terminado na 3ª posição.
GTE Am: Rui Águas vence pela segunda vez
Na GTE Am, tal como na LMP1 e na GTE Pro, a corrida desde cedo parecia ter um vencedor anunciado, mas nas provas de resistência... isso é coisa que não existe. O Aston Martin Vantage #95 saiu na frente e na frente se manteve até que um problema eléctrico na centralina fez com que o GT britânico simplesmente parasse em plena pista. Lá atrás, a prova foi bem mais animada até que, ao virar da terceira hora de prova, o Ferrari da 8Star Motorsport conseguiu uma vantagem segura na 2º posição que, com os problemas do #95 no final da quarta hora, lhes abriu as portas para a segunda vitória da temporada.
O piloto português Rui Águas levou o carro até ao fim, depois de ter sido fundamental na vantagem conseguida sobre o Porsche da IMSA, o Corvette da Larbre e o Aston Martin #96 dos actuais líderes do campeonato, e com este resultado tornaram a última corrida do ano num verdadeiro caso de vencer ou morrer! Os líderes ainda aproveitaram um problema com o Corvette da Larbre — que perdeu tempo na box quando o sistema de reabastecimento pegou fogo — para minimizar os danos com um último lugar no pódio. Para a 8Star e Rui Águas, vencer no Bahrain equivale a título no bolso, mas apenas 9 pontos separam os três melhor classificadas.
O WEC regressa no último fim-de-semana de Novembro, com as 6 Horas do Bahrain, a season finale da temporada 2013.
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Ao menos tivemos 28 mil espectadores, ano passado, acho que não tinha nem metade disso. Uma pena para Toyota, acho que ele deveriam ter feito a mesma estrategia da Audi na ultima hora, parado na mesma hora, como estavam em vantagem de desempenho, seria melhor, mas encarar o Audi 1 com pneus já bem gastos foi corajoso, mas sem o efeito esperado.
Achei excelente o publico, mais que em Austin.
Sensacional resultado para o trio da Martin, Aston Martin.
Uma pena 28 mil espectadores. Mas vai melhorar.