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Toda a Informação sobre as 6H de S.Paulo: As estratégias para Interlagos
por Pedro Correia, 1 de Setembro de 2013 Um Comentário

© FIA WEC
Mais de dois meses após a conclusão da 81ª edição das 24 horas de Le Mans, o Campeonato Mundial de Resistência (WEC) regressa no circuito de Interlagos, no Brasil, com as 6 Horas de S. Paulo.
A pista dos arredores de S. Paulo assistiu, há um ano atrás, à primeira vitória da Toyota TS030 no WEC, depois da ameaçada deixada meses antes em Silverstone. Um ano depois, o cenário é algo diferente. Se, em 2012, os Toyota se revelavam mais rápidos mas necessitavam de parar mais frequentemente que os Audi, agora são os carros alemães a assumirem o papel de lebre ficando a tartaruga a cargo dos nipónicos.
Pelo que assistimos no treino de qualificação e, comparando novamente com 2012, em ambos os construtores vemos evolução nos tempos realizados, só que, uma vez mais, os ganhos da Audi são claramente superiores aos da Toyota. A evolução do TS030 vale, depois de quase doze meses, um segundo nos 4.309 metros de Interlagos, bastante aquém dos quase 2,4 segundos do Audi R18 e-tron quattro.
Qualificação | 2012 | 2013 | Diferença |
---|---|---|---|
Audi | 1:23.147 | 1:20.784 | -2.363 |
Toyota | 1:22.363 | 1:21.369 | -0.994 |
Em corrida, no ano passado, a Audi realizava mais 3 voltas por stint que a Toyota, dentro dos valores de autonomia realizados no restante da temporada. Também neste caso, e atendendo ao que se assistiu nas provas até agora realizadas, a autonomia no campo da Audi deverá ser bem menor que a de 2012, e até menor que a da Toyota, dada aposta clara dos alemães em sacrificar o consumo em detrimento da performance.
2012 | Interlagos |
---|---|
Audi | 38 voltas |
R18 | 163.7 km |
Toyota | 35 voltas |
TS030 | 150.8 km |
No segundo treino livre a Audi realizou, com ambos os carros, simulações de stints em que cumpriram 33 voltas (142,2 km) e o único Toyota presente realizou uma simulação em que permaneceu 34 voltas (146,5 km) em pista. Se, no caso da Audi, as 33 voltas vão de encontro ao que esperávamos, pensamos que a Toyota realizará turnos de 35 voltas, tal como no ano passado, ou mesmo 36 voltas até. Isto porque a versão 2013 do carro japonês se revelou ligeiramente mais económica que a versão do ano passado em Spa e dispõe de mais 3 litros nos depósitos, devido ao retoque feito ao BoP da classe LMP1 imediatamente antes de Le Mans, pelo que teremos assistido a um pouco de "esconder o jogo" nas hostes da Toyota.
Dada a evolução verificada, em relação a 2012, apontamos para um total de 256 voltas no final das seis horas de corrida, caso não se verifiquem intervenções do Safety Car (SC). Acreditamos também que, apesar de já ser assistido, por parte da Audi, a triplos stints com o mesmo jogo de pneus nos circuitos mais convencionais, as características do traçado e o asfalto de Interlagos desaconselharão essa estratégia, ficando-se tanto a Audi como a Toyota por stints duplos.
Paragens | 33 voltas | 34 voltas | 35 voltas | 36 voltas |
---|---|---|---|---|
1ª paragem | 32 | 33 | 34 | 35 |
2ª paragem | 65 | 67 | 69 | 71 |
3ª paragem | 98 | 101 | 104 | 107 |
4ª paragem | 131 | 135 | 139 | 143 |
5ª paragem | 164 | 169 | 174 | 179 |
6ª paragem | 197 | 203 | 209 | 215 |
7ª paragem | 230 | 237 | 244 | 251 |
Neste cenário, a intervenção ou não do SC durante a corrida poder-se-á revelar crucial, uma vez que a Toyota, caso consiga realizar stints de 36 voltas, ficará a espreitar a possibilidade de realizar apenas seis paragens, precisando para isso de 8 a 10 voltas de corrida atrás do SC ou o aparecimento de chuva, que se prevê para esta noite mas não para o dia da corrida. O cenário de uma paragem a menos é vantajoso mas não permite grandes margens, se pensarmos no que essa poupança representa quando distribuída pelas voltas previstas para a corrida, uma vez que um ritmo 0,2 segundos por volta mais rápido em pista anula a desvantagem de ter que realizar um reabastecimento extra.
Sector 1 | Sector 2 | Sector 3 | Volta Ideal | |
---|---|---|---|---|
Audi | 20.112 | 41.198 | 19.193 | 1:20.503 |
Toyota | 20.282 | 41.541 | 19.395 | 1:21.218 |
Reunindo os melhores parciais até agora realizados na pista brasileira, observamos que a Audi é mais rápida nos três, para uma volta ideal quase 3 décimos mais rápida que a melhor volta obtida até agora, enquanto a volta ideal da Toyota seria aproximadamente 0,15 segundos mais rápida. A diferença entre as voltas ideais é de 0,7 segundos, o que poderá ser um pouco enganador, uma vez que o domínio do Audi R18 e-tron quattro no segundo sector, precisamente o mais sinuoso, não será tão evidente como o melhor parcial poderá sugerir, pois realizou os melhores tempos mas estes tempos - analisando o acumulado das voltas até agora realizadas - serão mais pontuais que consistentes, o que poderá ser explicado pela impossibilidade de utilizar a energia recuperada nas rodas dianteiras abaixo dos 120 km/h, no caso dos Audi, ao contrário do sistema aplicado nas rodas traseiras do Toyota.
De qualquer maneira, as diferenças entre os dois construtores são bastante mais reduzidas do que nas provas anteriores, o que será explicado pelo menor perímetro da pista brasileira, resultando numa volta consideravelmente mais curta que Silverstone ou Spa. Mas, mais importante, não se revelou até agora um domínio consistente da Audi como nas restantes provas. No entanto, parece continuar a existir uma vantagem ligeira para os alemães.
A corrida poderá ser vista no canal Motors TV em directo e na íntegra a partir das 16 horas de Domingo, em alternativa também poderá ser visionada em live streaming no site oficial do campeonato.
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